domingo, 3 de julho de 2016

A Contemplação na Arte #artenaprática


O primeiro “exercício” artístico consiste em acordar a sensibilidade.

Não somente o olhar, mas a percepção desta experiência. É olhar (ou ouvir, cheirar, tocar, provar) até sentir em si a ausência de palavras que poderiam descrever o que é percebido. Pausar o tempo, refrear o próprio ar que nos anima, alcançar com uma ação a pureza de estar presente.
Assim é o artista antes de tudo, um sentir sem freio, sem espaço-tempo. E que fervorosamente ou displicentemente tenta captar e comunicar com alguma linguagem a própria experiência.

Nesta obra “Luz da rua” de Giacomo Balla - 1909, veja como algo óbvio pode ser sublimado quando percebido integralmente.

A contemplação faz o artista captar e transmitir as suaves cintilações da luz. A imagem rapta nossos olhos e nossas breves ou ausentes experiências contemplativas. 
Percebemos o quanto perdemos ao não observar este óbvio que agora nos é tão querido. Somos enlevados.



E existem os mestres! Aqueles que extrapolam a própria experiência e transbordam num paroxismo que, aliado a técnica, nos raptam os sentidos e reverberam mundos dentro de nós.







Não há quem não repouse nas plácidas águas das “Ninféias” de Monet,




quem não fique enamorado pelo “Céu Estrelado” de Van Gogh,



quem não seja arrebatado pelo “Beijo” de Rodin


ou pelas simples mas monumentais linhas das construções de Niemeyer.



Contemplar as músicas atemporais, os sabores de várias culturas, a poesia e a prosa, o estar pleno e entregue quando em contato com a natureza, com a gargalhada de uma criança. Viva o presente em contemplação!


"Contemplar é a meditação do próprio silêncio." - Carla Kalindrah

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