“Eu quase que nada não sei.... mas desconfio de muita coisa!”
– Guimarães Rosa em “Grande Sertão Veredas”
Digamos que a arte que eu realizo baste por si para mim. E
somente.
O ato da realização artística – o processo, o acaso, a busca
compositiva, as relações cromáticas e luminosas, enfim, este mergulho – por si
só já justifica este tempo que, para muitos contemporâneos, “não é útil”.
Vivemos em um tempo comandado por utilidades (!?) onde cada
vez mais não se tem tempo pra saber “quanto tempo o tempo tem”. Tempo pra
viver, pra contemplar, pra respirar beleza, suspirar sonhos, encher o peito de
sonoridades e deixar espaço para a alma.
Dentro de tanta modernidade, o pensamento continua 2D pra
maioria..... raso, sem sombras, de contraste falho e superficial.
Quem sabe com estas linhas mais alguém alcance a “pseudo utilidade”
da Arte, já que existe esta sanha de dar utilidade pra tudo.
E na ingênua tentativa de dar alguma contribuição ao campo
artístico, ainda que minha Arte não contemple por si tal intento,
compartilharei as pesquisas e reflexões que poderiam estender este fazer para
tantos talentos.
São mesclas, sistemas de catalogação, reações cromáticas com
clima, salinidade e solaridade, testes de materiais, tanta coisa que interfere
no fazer e no manter aquilo em que depositamos tanto carinho, tanta energia. E
gostaria muito de compartilhar e trocar figurinhas com quem também se dedica a
esta parte do fazer artístico. Vamos juntos?
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