Existe uma imagem que, entre muitas coisas, representa a completude.
Esta imagem é o OroborO.
Gosto de escrever assim, começando e terminando com maiúsculas, pois a palavra OroborO é um palíndromo (a gente lê igual de trás pra frente).
O nome da imagem é como a própria imagem: randômica, infinita, cíclica.
Dependendo da cultura é uma serpente ou um dragão que morde a própria cauda; São os extremos que se tocam e se harmonizam!
Realizei este trabalho depois de um texto que fiz.
Compartilho agora ambos com vocês.
Da série #almadeartista
Carta ao OroborO
E se eu disser que você é o Sol?!
Forte, imenso, glorioso, a iluminar tudo e todos indistintamente....
Solar é o ser que se permite ser, sem reservas, sem preocupações com as críticas externas.
E se você, com sua capacidade solar de fazer vibrar e ressoar os próprios atributos, transcendendo a própria aparente pequeneza, pudesse solarizar um único sorriso, um único coração?
Ah sim, o Sol é imenso, supremo, absoluto!
Mas é apenas mais um Sol entre tantos no Universo. E em que isto diminui sua grandeza, sua importância, sua verdade?!
Seja Estrela a ladrilhar o céu, que tantas vezes deu alento a quem já não tinha esperança.
Se não Estrela, a Flor. que desabrocha sem murmúrios mesmo onde mais inóspito for, pois é sua essência, seu motivo de ser "seja como flor".
Se não Flor, a Pedra e toda sua imobilidade, aspereza, dureza, que permite que até o mais rijo material seja cortado com precisão.
Como "apenas ser" pode ser tão poderoso!
Único em meio a tantos pares.
Sagrado em meio ao tanto de mundo que se esquece do primordial da vida.
Ser no silêncio de quem escuta a própria alma em meio aos murmúrios do mundo.
Que este Sol que me foi posto no peito deixe claras e densas as sombras que preciso reconhecer e apaziguar. Pois me calar é desencantar um mundo que me esperou dizer a que vim, assim como qualquer um, único.
Se celebramos cada bebê nascido reconhecemos no âmago cada ser como especial. Choramos na morte o que não foi vivido.
Diga a que veio, celebre o que és, retire de si todos os calos dos acontecimentos. Supere-se no alto pódio da própria realização.
Lá não existe culpa, ou solidão, ou frio.
Lá é o tempo do Agora, onde o passado não assombra, onde o futuro não paralisa.
Sim serpente, morda a própria cauda no Sempre visto que nada ficará entre mim e o Presente que trouxe e compartilho.
Tenho em mim sonhos que encantam palavras e inflam corações de luz.
Carla Kalindrah - 16/08/2016
Cada ser, um Universo particular... mas se a gente compartilha a "própria bolha", vira uma céu de bolhas de sabão, até pq a vida é assim mesmo, efêmera, linda e com possibilidades de refletir todas as cores do céu! Na minha bolha tem ARTE e isto se reflete em tudo: trabalho, símbolos ancestrais, mitos e histórias e um jeito próprio de entender o mundo... quem sabe a gente troca figurinha e se entende?!
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