Volta e meia publico uma série de pinturas botânicas
#4tempos: 4 pinturas do mesmo motivo feitas em 4 técnicas diferentes.
É um exercício maravilhoso!
Você aumenta seu domínio sobre o uso dos materiais pra conseguir nuances próximas e talz; e precisa dialogar com as particularidades de cada material utilizado. Textura, técnica de aplicação, superfície, muito raciocínio envolvido antes de soltar a mão, e durante nem se fala!
Hoje eu resolvi postar a primeira da nova série. E as etapas de velatura/camadas do trabalho.
Geralmente faço do claro para o escuro, mas isso depende da técnica utilizada. A de hoje foi lápis de cor eco da #fabercastell sobre #papelcanson 220g. E antes que alguém pergunte, a foto da paleta.
Vamos começar!?
1ªetapa - luz
Rascunho básico e fui usando o amarelo limão pra definir áreas luminosas, intercalando com o amarelo puro.
Fiz o centro primeiro pra definir as mesclas de cor que caracterizariam a padronagem básica para toda a pintura.
Se ficasse ruim aqui, eu começaria outra logo no início certo?!
Dá pra acompanhar pelas fotos que desde o princípio eu busco ficar atenta aos atributos da cor que me darão profundidade. Também é possível no lápis trabalhar com rachuras; mas como farei na série um trabalho em aquarela, ficaria muito desigual.
Seria uma opção bacana pra quem quiser fazer lápis, caneta bic, canetinha hidrocor, giz de cera, pastel oleoso e caracterizar tudo com rachura! #ficadica
Mesmo assim usei as rachuras no princípio pra combinar os diferentes níveis de mistura entre estes amarelos.
2ª etapa - tons medianos
Busquei a maior gama possível de combinações por rachuras e fusão com as camadas anteriores.
Pigmentar sobre cada tom de amarelo de forma independente, pigmentar sobre os tons reunidos em diferentes proporções e rachuras, pigmentar sobre o branco. E vamos seguindo.
O lápis aqui foi o laranja.
E partimos pro laranja escuro.
É o mesmo trabalho feito com os amarelos, mas agora com várias camadas (fundo) diferentes.
Preservei várias áreas de camadas puras de cada amarelo e também da fusão destes. Fiz o mesmo com os dois tons de laranja.
Fui para as folhas do fundo com os laranjas puros, buscando profundidade pelo uso da cor.
3ª parte - vermelhos
Hora de largar a mão sem pena de ser feliz, mas ligada em não "chapar" as tonalidades. Usando o vermelho pra fazer o fundo das áreas sombreadas nas folhas de primeiro plano. E o vermelho escuro para o segundo plano.
É pintar preservando áreas, ranhuras, tonalidades medianas e áreas claras. Vermelho e vermelho escuro foi o dueto da vez.
4ª parte - contraste
a hora que você jura que pode perder horas de trabalho.... mas tem que fazer sem medo de ser feliz!
Comecei por um "elo de ligação cromático" - uma cor em comum entre os tons quentes e frios - o verde limão!
As pontas foram iluminadas por ele e a mescla aconteceu por gradação no encontro entre tons.
Quanto mais profunda a área, mais escuro o verde.
Não costumo trabalhar com muitas cores... a riqueza vem mais das mesclas que o olhar cria que da infinitude da paleta.
Mais uma vez muitas rachuras, mesclas superficiais, áreas preservadas em verde claro, verde e verde escuro; e agora - a "temida" sombra!
No vermelho vamos de VERDE! e vice-versa!
No amarelo vamos de CARMIM!
Sim, os opostos são belos e se complementam que é uma maravilha! Obrigadim Monsieur Monet! E todos os saudosos Impressionistas!
E como lápis de cor é uma coisa que às vezes teima em aderir ao papel - e ficam aqueles buraquinhos sem coberturas que estragam a estética do negócio - é pra essas horas que lembramos de FLICTS e seus parentes! Os ocres! De levinho, só pra ajudar o pigmento a fazer o serviço de cobertura...
E é isso! Aguardem os outros 3 tempos.... em aquarela e ...............surpresa, surpresa! rssss
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