quinta-feira, 17 de maio de 2018

Artesofia, a Ressonância Sistêmica na Arte

Minha última postagem foi sobre o processo do auto-retrato - e como é difícil - não tanto pelas questões técnicas, mas pelo tsunami visual e emocional que passamos a cada curva, reconhecida ou não, de nossa própria forma;

E aí fui fazer um retrato de um parente hiper próximo... ok, já tinha feito isto... mas a água que passa por baixo da ponte nunca é a mesma! A mente briga o tempo todo com a gente, cada curva vira uma batalha interna, passa a genealogia sistêmica toda pelo desenho ("parece o olho de fulano, parece a boca de beltrano..."), é um sem jeito sem fim, quando tecnicamente deveria ser só um sujeito com fim.

Daí a gente pensa em todas as energias remexidas neste processo que, como diriam alguns, é só Arte. Tem gente que acha que é só o resultado... sabe de nada inocente! O processo é como correnteza por baixo do lago mais plácido, pode arrastar, pode matar, podemos nos perder por lá. Há que se ter um porto, uma âncora, descobrir este lugar dentro de nós em todas as tempestades da vida.

Fazer Arte e lidar com estas questões é treinar um bom marinheiro pra estes mar de emoções que é viver! É experimentar e expressar o que ouviu de si mesmo.
https://www.instagram.com/p/Bi2UtBJnfsN/

sexta-feira, 23 de março de 2018

O processo do autorretrato

Muito (imensamente!!!) mais difícil que um desenho, um reconhecer-se, um geometrizar-se... Em cada curva, ângulo, cor e textura - ou em suas ausências - algo seu para rever, talvez retomar, ressignificar.
Olhar pra si é, insuperavelmente, mais difícil que olhar para o outro.
E incluir o não visto, suas dignidades, onde pousa seu olhar afinal?
Arte é isso: mais e além! Sentir pra fazer sentido.

quarta-feira, 8 de março de 2017

OroborO #almadeartista

Existe uma imagem que, entre muitas coisas, representa a completude. 
Esta imagem é o OroborO.

Gosto de escrever assim, começando e terminando com maiúsculas, pois a palavra OroborO é um palíndromo (a gente lê igual de trás pra frente). 
O nome da imagem é como a própria imagem: randômica, infinita, cíclica.

Dependendo da cultura é uma serpente ou um dragão que morde a própria cauda; São os extremos que se tocam e se harmonizam!

Realizei este trabalho depois de um texto que fiz. 
Compartilho agora ambos com vocês. 
Da série #almadeartista

Carta ao OroborO

E se eu disser que você é o Sol?!
Forte, imenso, glorioso, a iluminar tudo e todos indistintamente....

Solar é o ser que se permite ser, sem reservas, sem preocupações com as críticas externas.

E se você, com sua capacidade solar de fazer vibrar e ressoar os próprios atributos, transcendendo a própria aparente pequeneza, pudesse solarizar um único sorriso, um único coração?

Ah sim, o Sol é imenso, supremo, absoluto!
Mas é apenas mais um Sol entre tantos no Universo. E em que isto diminui sua grandeza, sua importância, sua verdade?!

Seja Estrela a ladrilhar o céu, que tantas vezes deu alento a quem já não tinha esperança.
Se não Estrela, a Flor. que desabrocha sem murmúrios mesmo onde mais inóspito for, pois é sua essência, seu motivo de ser "seja como flor".

Se não Flor, a Pedra e toda sua imobilidade, aspereza, dureza, que permite que até o mais rijo material seja cortado com precisão.

Como "apenas ser" pode ser tão poderoso!

Único em meio a tantos pares. 
Sagrado em meio ao tanto de mundo que se esquece do primordial da vida.
Ser no silêncio de quem escuta a própria alma em meio aos murmúrios do mundo.

Que este Sol que me foi posto no peito deixe claras e densas as sombras que preciso reconhecer e apaziguar. Pois me calar é desencantar um mundo que me esperou dizer a que vim, assim como qualquer um, único.

Se celebramos cada bebê nascido reconhecemos no âmago cada ser como especial. Choramos na morte o que não foi vivido.

Diga a que veio, celebre o que és, retire de si todos os calos dos acontecimentos. Supere-se no alto pódio da própria realização.
Lá não existe culpa, ou solidão, ou frio.
Lá é o tempo do Agora, onde o passado não assombra, onde o futuro não paralisa.

Sim serpente, morda a própria cauda no Sempre visto que nada ficará entre mim e o Presente que trouxe e compartilho.

Tenho em mim sonhos que encantam palavras e inflam corações de luz.

Carla Kalindrah - 16/08/2016



terça-feira, 7 de março de 2017

#4tempos e #5tempos - botânica



Olá pra você que está pesquisando técnicas artísticas na rede.

Compartilhar o que a gente sabe (e tudo que vamos descobrindo pelo caminho) é tudo de bom.

Hoje estou postando mais um exercício #4tempos (o 3/4 do tema bromélia) na técnica esferográfica + o resultado da série de "strelitzia vulgarta" - me empolguei e fiz 5 versões, um primeiro #5tempos.


Decidi começar pelo pastel oleoso da #staedtler pois achei este material o mais difícil na primeira série - bromélia - basicamente só cores quentes.
http://carlakalindrah.blogspot.com.br/2016/10/4tempos-artenapratica-oilpastel.html

A Strelitzia tem uma série de cores frias na base (vagem) e queria ficar bem consciente do efeito que poderia obter antes de buscar repetir nos outros materiais. 

Aproveitei para testar bastante as cores, inclusive sobre fundo cinza. 
Fiz ranhuras, frotagem (textura), enceragem, tudo antes do original.


Este foi o resultado final. 

As cores de fundo antes da aplicação são super importantes pra se conseguir efeitos de ranhura.

Usei papel canson 140g de textura lisa na cor branca em todas as técnicas. 

Na sequência parti pra caneta esferográfica - usei as marcas #bic #compactor #papermate #fabercastell - pois a variação de cores é grande em qualquer cor. Você compra vermelho e, dependendo da marca, tem tons de vermelho completamente diferentes.


Deixe sempre uma tira de papel do mesmo tipo ao lado para acompanhar os testes (e a cor respectiva) e limpar a pontinha da caneta pro sedimento excedente não manchar seu trabalho.

Não tem esferográfica amarela (a com corpo amarelo da bic é, no melhor das hipóteses, verde-limão). Usei #stabilo

Serve a mesma regra das canetas hidrográficas e muitos lápis de cor - não fique pensando que a cor do corpo é igual a cor do pigmento!

#5tempos final
Da esquerda acima em sentido horário: 
- aquarela #vangogh 
- pastel seco #toisondor 
- lápis de cor #fabercastell 
- caneta esferográfica #bic #compactor #papermate #fabercastell

E lá em cima o pastel oleoso completando 5 técnicas diferentes para o mesmo motivo "strelitzia vulgarta"

Vamos aos detalhes sobre a técnica com esferográfica usando o 3/4 do #4tempos "bromélia".



Você pode ver as técnicas lápis de cor e pastel oleoso neste link http://carlakalindrah.blogspot.com.br/2016/08/4tempos-e-o-processo.html


 Comecei fazendo o teste de cor em uma tira do mesmo papel que usarei no trabalho - canson 140g liso branco.

Veja como a cor varia de uma marca pra outra. 
3 tons de roxo
3 de rosa
3 de laranja
2 de vermelho

1 marrom

Canetas antigas costumam ficar com o tom mais acentuado com o passar do tempo (e a borrar mais também).

Na ordem do teste: papermate, bic, compactor (roxas e rosas)

Marrom papermate, vermelhas faber castell e compactor, laranjas faber, compactor e papermate.

Não cheguei a fazer separado desta vez, mas é interessante que você faça o teste de rachuras entre os tons (pra saber o efeito de uma cor sobre a outra). Intercale, cruze as cores, coloque uma sobre a outra e vá anotando as marcas.

Eu fui fazendo testes durante o desenho em outro papel com as canetas que achei que me dariam o resultado que eu buscava.

Diferente das outras técnicas (onde começo pelas áreas de luz e tons claros), com esferográfica eu começo o desenho pelo tom médio - no caso este laranja papermate. 

Ele deixou um monte de pontos de sedimento de tinta (borra) mesmo eu limpando a ponta a todo o momento! 

Caso as próximas cores não camuflem o problema, terei que apagar pra continuar a pintura.

Aí está a primeira camada no tom médio junto com as duas técnicas acabadas (lápis de cor e pastel oleoso)

E você? Já tentou desenhar/pintar com esferográficas? Compartilhe sua experiência! Em breve posto o resultado desta versão e o último deste #4tempos (ainda estou decidindo em que técnica fazer).

E se quiser pode seguir as etapas que posto no instagram @kalindrah ou seguir pelas hashtags #4tempos #artenaprática


domingo, 12 de fevereiro de 2017

#artenaprática VÍDEOS

Olá Amigos, parceiros Educadores, amantes das Artes....
Com alegria compartilho com vocês alguns vídeos de bate-papo sobre Arte, Educação e Cultura pra quem estiver afim de "trocar figurinhas".
A vida segue e a gente vai buscando formas de ser e estar no mundo colaborativamente.
É minha forma de agradecer por tudo que aprendi e aprendo, do que penso, por todos que deram um pouco de sua sabedoria e ouvidos. 
Profunda Gratidão por todos que tiveram coragem e dedicaram seu tempo a fazer vídeos, postagens, blog's - enfim - que fizeram rodar por aí coisa boa que multiplica na rede e transforma muita gente! E que a internet possa continuar democratizando informação.

O vídeo #01 da série #artenaprática é sobre Cultura

O vídeo #02 sobre o Artista Caribé, a tempo dos professores que buscam atividades para o tema Carnaval (mas as obras deste artista dão tema pro ano todo!)

O vídeo #03 é sobre 2D, 3D e 4D nas artes, abordado de forma simples e lúdica e que pode ser usado em Março para o tema Circo

E que muitos possam aproveitar e viver Arte!
Evoé!


domingo, 9 de outubro de 2016

#4tempos #artenaprática #oilpastel #staedtler

Olá queridos!

Compartilhando mais uma etapa do #4tempos #artenaprática, agora em vídeo.
Breve trecho do processo de enceramento do pastel oleoso (#staedtler). 
Ao lado a arte finalizada feita em lápis de cor (#faber_castell_brasil).
Abaixo você também pode acompanhar a série de fotos (PAP) da base/cor deste pastel.
Espero que seja útil! 



Começando o trabalho pelas áreas luminosas




Carregando nos laranjas, corais e vermelhos



Trabalhando profundidades e sombras com violetas. E começando a "encerar" pra dar homogeneidade ao pigmento sobre o canson



 É isso! Vamos acabar este que faltam dois! E tem material novo na série.... aguardem!

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

#4tempos e o processo

Volta e meia publico uma série de pinturas botânicas 
#4tempos: 4 pinturas do mesmo motivo feitas em 4 técnicas diferentes.
É um exercício maravilhoso! 


Você aumenta seu domínio sobre o uso dos materiais pra conseguir nuances próximas e talz; e precisa dialogar com as particularidades de cada material utilizado. Textura, técnica de aplicação, superfície, muito raciocínio envolvido antes de soltar a mão, e durante nem se fala! 


Quem tiver interesse é só buscar por #4tempos ou seguir no instagram @kalindrah.

Hoje eu resolvi postar a primeira da nova série. E as etapas de velatura/camadas do trabalho.
Geralmente faço do claro para o escuro, mas isso depende da técnica utilizada. A de hoje foi lápis de cor eco da #fabercastell sobre #papelcanson 220g. E antes que alguém pergunte, a foto da paleta.


Vamos começar!?




1ªetapa - luz


Rascunho básico e fui usando o amarelo limão pra definir áreas luminosas, intercalando com o amarelo puro. 

Fiz o centro primeiro pra definir as mesclas de cor que caracterizariam a padronagem básica para toda a pintura.

Se ficasse ruim aqui, eu começaria outra logo no início certo?!




Dá pra acompanhar pelas fotos que desde o princípio eu busco ficar atenta aos atributos da cor que me darão profundidade. Também é possível no lápis trabalhar com rachuras; mas como farei na série um trabalho em aquarela, ficaria muito desigual. 




Seria uma opção bacana pra quem quiser fazer lápis, caneta bic, canetinha hidrocor, giz de cera, pastel oleoso e caracterizar tudo com rachura! #ficadica

Mesmo assim usei as rachuras no princípio pra combinar os diferentes níveis de mistura entre estes amarelos.


2ª etapa - tons medianos

Busquei a maior gama possível de combinações por rachuras e fusão com as camadas anteriores. 

Pigmentar sobre cada tom de amarelo de forma independente, pigmentar sobre os tons reunidos em diferentes proporções e rachuras, pigmentar sobre o branco. E vamos seguindo. 

O lápis aqui foi o laranja.

E partimos pro laranja escuro.

É o mesmo trabalho feito com os amarelos, mas agora com várias camadas (fundo) diferentes. 

Preservei várias áreas de camadas puras de cada amarelo e também da fusão destes. Fiz o mesmo com os dois tons de laranja.

Fui para as folhas do fundo com os laranjas puros, buscando profundidade pelo uso da cor.
3ª parte - vermelhos

Hora de largar a mão sem pena de ser feliz, mas ligada em não "chapar" as tonalidades. Usando o vermelho pra fazer o fundo das áreas sombreadas nas folhas de primeiro plano. E o vermelho escuro para o segundo plano.

É pintar preservando áreas, ranhuras, tonalidades medianas e áreas claras. Vermelho e vermelho escuro foi o dueto da vez.


4ª parte - contraste

a hora que você jura que pode perder horas de trabalho.... mas tem que fazer sem medo de ser feliz! 

Comecei por um "elo de ligação cromático" - uma cor em comum entre os tons quentes e frios - o verde limão!

As pontas foram iluminadas por ele e a mescla aconteceu por gradação no encontro entre tons.

Quanto mais profunda a área, mais escuro o verde.

Não costumo trabalhar com muitas cores... a riqueza vem mais das mesclas que o olhar cria que da infinitude da paleta.


Mais uma vez muitas rachuras, mesclas superficiais, áreas preservadas em verde claro, verde e verde escuro; e agora - a "temida" sombra! 

No vermelho vamos de VERDE! e vice-versa!
No amarelo vamos de CARMIM!
Sim, os opostos são belos e se complementam que é uma maravilha! Obrigadim Monsieur Monet! E todos os saudosos Impressionistas!

E como lápis de cor é uma coisa que às vezes teima em aderir ao papel - e ficam aqueles buraquinhos sem coberturas que estragam a estética do negócio - é pra essas horas que lembramos de FLICTS e seus parentes! Os ocres! De levinho, só pra ajudar o pigmento a fazer o serviço de cobertura...

E é isso! Aguardem os outros 3 tempos.... em aquarela e ...............surpresa, surpresa! rssss

Transbordo

Quando algo exalta, exala, transcende o próprio espaço, é a própria verdade de si além de si mesmo, este é o transbordo.
Da própria verdade e essência, exercitada na prática dia após dia, naquele espaço limitado pela própria mente que mente à favor do ego;

Quando tudo não é mais que nada.

Quando todo objetivo humano
é menor e contemplado em toda sua limitação do que chamamos compreender;

Quando a mente se cala! - o coração transborda.

Mas transborda a essência de tudo que foi cultivado e alimentado pela mente e pelos sentimentos.
Transborda tudo que foi perseguido, tudo que foi alimentado por sua atenção.
Transborda tal qual um parto, um arroto, um abraço de poros e ossos de quem muito esperou.
No transbordo que se plasma a vida!
Este êxtase feito de "um mais de mim mesmo" e que não pode ser retido, represado, que transborda nos olhos, na fala, nos gestos. Aquilo que não tem disfarce, que extrapola os limites que a mente criou e que desmente a própria farsa.

É de um transbordo que se faz a Arte.

Viemos de um transbordo, daquilo que gera uma vida.

Tudo que tem significado, tudo que transcende, que rompe, que extrapola, tudo que comunica alheio as palavras.

A essência do verbo - o transbordo!

*imagem de estandarte realizado por meus alunos do alphabeto CCI <3

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nanquim - teste de resistência #artenaprática

“Criatividade é permitir-se cometer erros. Arte é saber o que manter." - Scott Adams

Ok, você decidiu encarar o papel e "soltar a mão no pincel".
Todo artista sabe o quanto cada obra, mesmo os estudos mais espontâneos e técnicos podem, por "acaso artístico", gerar aquele resultado que supre uma série de expectativas. Você é dominado pela meditação daquele momento criativo e voilá! Eis um trabalho pra uma vida inteira... SQN!

#fato1 - nem sempre temos os melhores materiais disponíveis para estudos - melhor não é preço; é resposta ao que se pretende e resistência ao tempo. Na mão de quem sabe até borra de café vira material!
#fato2 - geralmente deixamos os materiais mais baratos para os estudos e os mais caros para obras que dedicamos maior empenho; racionalmente é prático e faz sentido, mas no exercício podemos perceber que isto não é suficiente.... o que fazer?
#fato3 - a maioria "cai dentro" dos trabalhos sem ter antes feito testes de material, que geralmente continuam durante a execução do trabalho. Teste, teste mais, teste mais um pouco antes de dar qualquer pincelada que comprometa todo seu trabalho até ali.
#fato4 - então fazemos o quê?

Bom, dentro da lei do "sei q nada sei, mas desconfio de muita coisa" o negócio é brincar de testar muito, aproveitar pra brincar (mesmo!) com o que se tem. Nesta hora o custo dos materiais pode ser um entrave, mas não te impedem de explorar muito o que se tem e te deixar mais apto para aproveitar amplamente os sonhados materiais quando você puder.

Quesito Resposta do material
#ex.1 - borra de café: faça dela uma aquarela. Teste em materiais diferentes: sulfite (vai ondular e esfarelar), papelão poroso, papelão de caixa de congelado, canson em diferentes gramaturas, use pincéis diferentes, escova de dente, faça ranhuras, borras com os dedos... amplie as possibilidades. 
Tem pouco papel? Dá pra fazer 3 a 4 tiras num tamanho A4! Teste diferentes densidades ou pincéis no mesmo papel. Misture a borra com cola, cola e areia, detergente, sal.... veja o que acontece e guarde estas "faixas teste" como biblioteca referencial - anote o que fez atrás: mencione temperatura do dia (sim! importantíssimo!), estação do ano, período do dia, tipo de material, pincel e papel utilizados dentre outros ítens. Faça sempre 2 de cada experimento (adiante vc saberá pq).

#ex.2 - comparativo de materiais: então você tem duas ou mais marcas de aquarela (ou guache, ou lápis de cor...); Faça o teste de pigmentação comparativa!
Dentro do que você pretende, talvez o material mais barato atenda mais sua expectativa cromática/textura que o material mais caro. Já avaliou isto? A hora é esta!
Tem um PAP da Débora Fantini bem explicado de como fazer um estudo de cor no blog http://nocantodamesa.blogspot.com.br/2014/01/estudo-de-cores-aquarela.html

Mais uma vez faça duas tiras (ou folhas) de cada experimento e anote tudo atrás - não esqueça nenhum item, é importante! Repetindo: temperatura do dia, estação do ano, período do dia, tipo de material, pincel e papel utilizados dentre outros ítens. Se possível faça o mesmo teste em folhas, horário do dia e temperaturas diferentes. E aumente sua "biblioteca prática". No caso da aquarela até a água influencia! Mineral, fluoretada, salinizada, impressionante como muda a intensidade do tom, veladura, brilho.... pincel sempre limpo, não esquecer! Portinari escolhia seus alunos avaliando se os pincéis eram limpos adequadamente! xo xp XD

#ex.3 - Finalmente você vai pintar pra valer! Faça uma "brincadeirinha" em outro papel enquanto estiver executando seu trabalho. Esta folha servirá não só pra fazer testes de cor/textura/fusão antes de aplicar na obra, mas pra fazer o TESTE DE RESISTÊNCIA (lembram das 2 folhas? o mistério termina agora! rssss)




Fui brincar com nanquim da acrilex...

Ficha Técnica (aqueles ítens pra anotar atrás do trabalho)

  • estudo de perspectiva atmosférica
  • Julho 2016 - inverno - período tarde
  • temperatura 19graus
  • nanquim acrilex azul e verde s/canson 180gr
  • veículo água comum
  • pincel pictore tigre 14 448

Continuei no dia seguinte...

Ficha Técnica 

  • estudo botânico, brilho, transparência e veladura
  • Julho 2016 - inverno - período manhã
  • temperatura 22graus
  • nanquim acrilex azul e verde s/canson 180gr
  • veículo água comum
  • pincel condor 12 427

TESTE DE RESISTÊNCIA 
Fiz esta "brincadeira" enquanto pintei o primeiro trabalho. 
Objetivo: expor à luz pra saber a resistência do trabalho e indicar este cuidado futuramente atrás dos trabalhos que eu queira conservar ;) ou até mesmo usar como recurso! Viu que a luz provocou uma ilusória "neblina" entre as montanhas... algo que, seu fosse fazer no pincel talvez não resultasse a mesma suavidade e homogeneidade. Do lado esquerdo a luz da tarde desbotou a tinta bem mais que a luz da manhã. Basta você "eclipsar" as áreas de referência para comparação (eu coloquei tiras do mesmo papel sobre o trabalho).

Ficha Técnica 

  • RESISTÊNCIA LUMINOSIDADE
  • estudo de perspectiva atmosférica em turquesa
  • Julho 2016 - inverno - período tarde
  • temperatura execução 19graus
  • nanquim acrilex azul e verde s/canson 180gr
  • veículo água comum
  • pincel pictore tigre 14 448
  • ESQUERDA - 7 dias - luminosidade tarde
  • DIREITA - 7 dias - luminosidade manhã

  • 3 dias de sol pleno e 4 nublados - temp. entre 15 e 23graus
  • áreas íntegras eclipsadas por canson 180gr
#então.... é isso! Com o tempo você terá uma biblioteca visual de referência daquelas, e já vai saber o que acontece com a tinta antes de botar o pincel no papel! A questão da temperatura influencia decisivamente na qualidade de uma aguada uniforme, por exemplo, ou na intensidade de cores escuras (que ficam menos vibrantes). A hora do dia é bom pra você mapear que habilidades suas são mais eficientes em qual horário ;)
Está em busca de determinado efeito ou cor em seu trabalho? Consulte sua biblioteca!
Espero ter colaborado em seus estudos! E quem puder trocar figurinhas, serão sempre bem-vindas!

domingo, 3 de julho de 2016

A Contemplação na Arte #artenaprática


O primeiro “exercício” artístico consiste em acordar a sensibilidade.

Não somente o olhar, mas a percepção desta experiência. É olhar (ou ouvir, cheirar, tocar, provar) até sentir em si a ausência de palavras que poderiam descrever o que é percebido. Pausar o tempo, refrear o próprio ar que nos anima, alcançar com uma ação a pureza de estar presente.
Assim é o artista antes de tudo, um sentir sem freio, sem espaço-tempo. E que fervorosamente ou displicentemente tenta captar e comunicar com alguma linguagem a própria experiência.

Nesta obra “Luz da rua” de Giacomo Balla - 1909, veja como algo óbvio pode ser sublimado quando percebido integralmente.

A contemplação faz o artista captar e transmitir as suaves cintilações da luz. A imagem rapta nossos olhos e nossas breves ou ausentes experiências contemplativas. 
Percebemos o quanto perdemos ao não observar este óbvio que agora nos é tão querido. Somos enlevados.



E existem os mestres! Aqueles que extrapolam a própria experiência e transbordam num paroxismo que, aliado a técnica, nos raptam os sentidos e reverberam mundos dentro de nós.







Não há quem não repouse nas plácidas águas das “Ninféias” de Monet,




quem não fique enamorado pelo “Céu Estrelado” de Van Gogh,



quem não seja arrebatado pelo “Beijo” de Rodin


ou pelas simples mas monumentais linhas das construções de Niemeyer.



Contemplar as músicas atemporais, os sabores de várias culturas, a poesia e a prosa, o estar pleno e entregue quando em contato com a natureza, com a gargalhada de uma criança. Viva o presente em contemplação!


"Contemplar é a meditação do próprio silêncio." - Carla Kalindrah

Contemplação #almadeartista

O que é a contemplação senão o estado maior de ver todas as coisas.
Sentir o que é visto.


Contemplar é olhar como se na visão houvesse poros, tato, olfato, paladar; e realmente há.
Este estado maior é o transbordo do sentir, do perceber, do vivenciar o espelho da vida.

É ver o melhor.

Captar num passeio pelo externo o que existe de melhor no próprio mundo interno.

Contemplar é a meditação do próprio silêncio.


Carla Kalindrah – julho/2016

Postagem em destaque

#4tempos e #5tempos - botânica

Olá pra você que está pesquisando técnicas artísticas na rede. Compartilhar o que a gente sabe (e tudo que vamos descobrindo pelo cami...